segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Não sou feliz, mas tenho marido...

Quem já viu essa peça, com a fantástica Zezé Polessa, além de ter se divertido muito provavelmente saiu do teatro pensando em quantos casais felizes realmente conhece. Isso sem considerar aquele casal que você achava lindo, perfeito, até receber a noticia... "Como assim eles estão se separando?!" É gente, relacionamento não é fácil. Mas por que ainda persiste essa idéia de que as mulheres felizes são as mulheres casadas? Não que isso não seja possível, mas daí a ser a ÚNICA possibilidade há uma grande diferença. O pior é que, muitas vezes, acabamos caindo na cilada dessa crença, e nos sujeitamos a relacionamentos com pessoas que "sabemos" que não tem nada a ver conosco. Gastamos então uma energia tremenda arrumando desculpas para nós mesmas " Ah, mas ele é tão bonzinho!" " Ele tem um bom coração" "Mas ele me chama de princesa", e etc, etc. Me pergunto por que tentamos tanto nos enganar assim. E o pior, essa tentativa de relacionamento não vai dar certo, claro. E ai, nós nos sentimos piores, pensando: " Caramba, mas nem com esse cara... devo ser muito ruim mesmo...". Sabotagem, da mais pura! E ai a Analise Transacional entra para nos ajudar. Na AT falamos em Posição Existencial. Existem quatro Posições Existenciais: Eu estou Ok e Você está OK (a mais saudavel), Eu estou OK e Você não está OK, Eu não estou OK e Você está OK, e Eu não estou OK e você não está OK. Acho que vale pensar... em que PE estamos quando aceitamos um relacionamento Não OK apenas para aplacarmos a solidão? Em que PE estamos quando tentamos iniciar um relacionamento fadado ao fracasso, declaradamente, apenas para tentar amenizar a solidão. Não seria mais fácil vivê-la? Esse tipo de relacionamento tem o mesmo efeito que tentar acabar com uma dor de cabeça entupindo-se de analgésicos e continuar batendo a cabeça na parede, não acham? Espero suas opiniões....

5 comentários:

  1. Fico muito feliz ao constatar que encontro-me na 1ª posição:"Eu estou Ok e Você está OK". E espero continuar assim para sempre!!!
    No livro "Cartas entre amigos", Pe. Fábio discute com Gabriel Chalita a questão dos "definitivos", e nos dá uma bela dica de como mantermos essa 1ª posição na Análise Transacional: "Nossa alma vive de buscas. Não fomos feitos para os definitivos, e, ainda que possamos pensar em tratados vitalícios, estes só poderão ser cumpridos se experimentados na dinâmica das transformações. O amor só pode ser eterno se for renovado no cotidiano da vida."(pag 234-235)
    Como meu relacionamento é baseado nessa "dica", acredito no nosso "definitivo!"

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  2. Olá Catia,

    parabéns pela iniciativa de discutir relacionamentos... é uma DR coletiva (rsrs).
    Li o texto e no final pensei, então se eu estou OK está td bem... é isso? E o outro?? Quando entramos em uma relação e nos mantemos nela, precisamos ter a certeza que não vamos estar Ok td o tempo e que o outro tb não. Entram então outros valores como companheirismo, amizade, família. São tempos difíceis, mas fazem parte da relação. Na minha opinião devemos prezar pelo OK coletivo, com doação sim, faz parte!

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  3. Muito bom esse texto. As vezes ir pelo caminho que pode parecer mais difícil, por termos que encarar nossas dificuldades, pode ser o mais compensador a longo prazo, pois é o que está de acordo com a nossa verdade interna e o que pode trazer um real poder de tranformação e cura.

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  4. Só acho que as pessoas esperam que um relacionamento SEMPRE esteja no estágio "Eu estou Ok e Você está OK". Se o pensamento de algumas pessoas é esse, aí lá vai uma reposta polêmica: Esquece. Concordo quando me disseram que um relacionamento é como uma casa em construção que é construída com calma e paciência e com tijolos muito bem estruturados. Se um dia um tijolo estiver fora do lugar é o momento em que o relacionamento pode estar no estágio "Eu estou Ok e Você não está OK" ou "Eu não estou Ok e Você está OK". O relacionamento é feito de respeito e companheirismo. Com estes dois itens fica muito mais fácil para não fazer a "casa" de forma errada. Ah, e relacionamento é complexo mesmo, por que vocês estavam achando que existe um manual de relacionamento? Nem o Google te responde isso..rs. Então o que nos resta é viver, acertar, errar e no final de tudo ser feliz!

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  5. Catia, novamente parabéns pela iniciativa.
    Eu queria comentar que acho que um relacionamento não deve transformar 2 em 1 … Matthew Kelly no livro 7 níveis de intimidade fala que nosso objetivo é sermos a melhor versão de nós mesmos … e quando estamos num relacionamento é, além desse, ajudar o parceiro a ser a melhor versão de sí mesmo … achei isso muito bom.
    Nos casamentos de antigamente , ou atuais mas "a la antiga", ocorria muito de um (tradicionalmente a mulher)ser moldado pelo outro , perdendo a individualidade … a longo prazo isso é muito ruim para os dois …

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