quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Família

Fim de ano, Natal, acabamos entrando em um fluxo de reflexões sem fim. Sou uma otimista nata, mas não acredito muito nas famosas "promessas de ano novo". Podem até serem consideradas válidas, se o novo ano servir como fator motivador. Juntando as promessas de fim de ano com esse momento família, que é o Natal, fiquei pensando em muitas amigas, que se colocam em "idade limite" desesperadas para terem um filho. Ok, sei que talvez eu não entenda esse sentimento porque já tenho a minha filha, e nem consigo imaginar minha vida sem ela, mas vale a pena ter um relacionamento só para ter um filho? Eu conheço algumas nessa situação, como também conheço as que estão a procura de um pai pro seu futuro filho, não um namorado. Já que é essa a situação não seria mais "verdadeiro" procurar um banco de esperma? Fiz essa pergunta algumas vezes, e a resposta foi sempre a mesma: - " Mas uma criança precisa ter um pai presente". Pessoal, ter um pai "conhecido" é  garantia de um pai presente? Utilizando a psicologia como base concordo plenamente que uma criança gerada em um relacionamento com amor, com paixão, tem mais chances de ter uma vida equilibrada e feliz. Mesmo que esse amor e essa paixão acabem depois. No entanto criar um relacionamento ou aceitar manter um relacionamento sem completude para ter um filho me parece uma atitude desesperada, que em algum momento vai acabar "escorrendo" na vida dessa criança. Não me surpreenderia abrir um jornal e me deparar com o seguinte anuncio: Procura-se Pai. Requisitos básicos: Gostar de criança, ser saudável, fértil, ter entre 30 e 40 anos, altura mediana, inteligente (imprescindível). Requisitos desejáveis: Razoavelmente bonito, se possível carinhoso e educado. Alguem se candidata?

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Script

Ao acordar hoje fiquei, como habitualmente, pensando alguns minutos sobre o que teria que fazer ao longo do dia. E nesse momento um novo pensamento invadiu a lista de afazeres... afinal TENHO mesmo que fazer isso tudo, ou escolhi? Não tem ninguém com uma arma na minha cabeça dizendo: "Você tem que ir trabalhar agora!" ou "Você tem que tomar o seu café da manhã". Claro que nossas escolhas normalmente são baseadas em necessidades, vantagens, saúde, mas e as escolhas não conscientes? Na Analise Transacional um dos conceitos que considero incrível é o de Script, ou seja, as escolhas que fazemos, de forma inconsciente, quando ainda somos muito pequenos. Essas escolhas , baseadas em acontecimentos que muitas vezes nem lembramos em um primeiro momento, norteiam nossas vidas, nossas escolhas, por anos e anos. As vezes percebemos isso, mas não nos damos conta... porque sempre caio na mesma armadilha? Por que meus relacionamentos nunca dão certo? etc, etc. Já não bastasse o nosso script, vem ainda o script social. Quem já não passou pela situação de estar namorando a um certo tempo e ouvir a frase " Quando vocês vão casar, hein?" Ok, vocês casam. E ai a cobrança continua.. "E os filhos?" Ok, novamente acata-se e vem o primeiro filho. Pensa que acabou? Não... "Não vão ter outro? Ele precisa de um irmãozinho..." E ai, vai... Se nos afundarmos no Script Social sem entender nosso Script de Vida, corremos o risco de virarmos robots, que obedecem a ordens, internas e externas, sem nem saber o que estamos tirando disso. Sem sinal de rebeldia, está na hora de assumirmos as rédeas da nossa vida, não acham?

sábado, 3 de dezembro de 2011

Eis a questão!

Algumas pessoas trocam a vida afetiva pelo trabalho. Nem sempre são sozinhas... podem estar casadas ou namorando, mas o relacionamento sério mesmo é com a profissão. Nada em exagero pode ser considerado positivo, mas o que ainda me preocupa mais é como, nesses casos de amor com o poder, as pessoas normalmente esquecem de como realmente são. De quem são. Quantas vezes vocês não viram alguem se apresentando: "Oi, sou Fulano, gerente da empresa X". Ok,  Fulano ele não vai deixar de ser, mas gerente da empresa X vira seu sobrenome. Ele não é gerente, ele está gerente. Amanha pode não ser mais. E não é diferente nos relacionamentos. Eu sou a esposa do Fulano. Se esse casamento acaba, e ela era simplesmente a esposa de alguem, o que ela será agora? Não é raro encontrar no consultório, e na vida, alguem que perdeu o emprego, terminou um relacionamento, e não sabe como se posicionar, não sabe mais quem é, ou que fazer, como se tivesse perdido o chão. Nossa identidade é um bem precioso, a ser agregado, não substituido. Será que sabemos quem somos? Sempre achei muito dificil alguem falar de si mesmo. Acabamos caindo no que fazemos, nos atributos fisicos, mas o que realmente somos? É uma combinação disso tudo? Se eu engordar, deixo de ser quem eu era antes? Acabo caindo na mais clichê de todas as frases... "Ser ou nao ser: eis a questão!"