quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Finitude

Sei que é um pouco atípico, mas não gosto de novelas. Aliás, não gosto nem um pouquinho. Mas as vezes não tem como fugir. Ontem a noite estava eu em um salão de beleza é, é claro, não poderia estar passando outra coisa. E ai de mim se eu pedisse para mudar, né? Seria atacada por várias chapinhas voadoras. E não é que valeu a pena? Por uma única frase... "As palavras nunca e sempre só deveriam ser usadas em contos de fadas. " Essa foi a única frase que ouvi, e foi o suficiente para meus pensamentos rodarem... Quem nunca ouviu juras de amor "Vou te amar para sempre" ou profanou "Nunca mais falo com ele novamente". Mentiras! Puras mentiras. Na hora podem ser as palavras mais verdadeiras, e muitas vezes trazem alento, carinho e segurança. Mas, desculpem por acabar com mais esse romantismo, uma hora elas viram mentira. Vale a pena? Acho que sim. O que essas palavras na verdade me trazem é o conceito de finitude, e como corremos dele. Por que temos tanto medo de vislumbrar o fim das coisas? Não, não sou nem um pouco pessimista. Pelo contrário. Basta falar em fim para pensamentos amargos saltitarem, mas me dêem um exemplo de algo que não acaba. Não seria o fim apenas uma oportunidade para começar novamente?

5 comentários:

  1. Pra mim todo fim é um recomeço, todo dia ao irmos dormir terminamos algo e quando acordamos recomeçamos, o grande problema é o medo de que no dia seguinte o recomeço seja diferente de como deixamos quando pegamos no sono, e para abafarmos tal insegurança usamos tais palavras, sem poder nunca ter certeza delas.

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  2. só pra complicar … adaptando Osvaldo Montenegro … tem coisas que são pra sempre, mas pra sempre não é todo dia …

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  3. Todo fim tem seu recomeço e todo recomeço terá um fim.

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  4. Segundo o Prof Pedro Paulo Monteiro,somos instigados à repetição, porque dá trabalho modificar padrões, criar novos caminhos, logo, precisamos do "para sempre" para permanecermos na zona de conforto e acreditar que nada de mal irá acontecer, para apaziguar a angústia existencial que há em cada um de nós!

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  5. Felizmente ou não, vivemos a vida sem nos dar conta de nossa finitude. Lidamos com términos de relacionamentos, de trabalhos, amizades e tantas outras situações que nos emocionam, afligem, desafiam, aliviam... Nesse meio tempo, quantos altos e baixos, quantas vezes celebramos eufóricos uma mudança ou fazemos tão pouco da vida diante de um revés. Dia desses eu vivenciava esse lado sombrio quando sofri um pequeno incidente que me pôs de cara com minha finitude. Depois de superado aquele breve momento de total impotência e indefinição, vi o quanto a vida me é cara e a que ponto podemos valorizar e nos entregar a problemas que sequer enfrentamos de fato.

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