domingo, 27 de maio de 2012

Começar e recomeçar

Já passei, como quase todo mundo, por momentos bons e outros nem tão bons assim. Sempre disse pra minha mãe nesses momentos, que uma hora daria certo e que eu ia morrer tentando. Claro que nem sempre estive tão otimista, mas a verdade é que sou boa pra esquecer momentos ruins e achar que tudo vai dar certo de novo. E ai, quando já estamos quase nos acostumando com a nova situação, pensando até que foi o melhor que poderia ter acontecido, aparece alguém que faz seu coração perder o ritmo de novo. O problema é que já conhecemos história parecida. Como driblar o medo? Como optar pelo risco de tentar novamente? É difícil, concordo. Mas se é para não mais arriscar, qual o objetivo? Arriscamos na escolha da roupa pela manhã, na escolha do trajeto...por que não na escolha de aceitar um novo amor. Pode não dar certo, claro, mas e se der? Será que esse não pode ser, na verdade, nosso maior medo? A luta, os problemas, já tiramos de letra, mas quantos conseguem aproveitar um momento feliz? Não sabemos quanto vai durar, e dai? Não sei nem quanto eu vou durar. Integre o adulto, equilibre o pai, mas porque não deixar a nossa criança aproveitar?

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Linda, loira, e dai??

Muito me preocupa o culto exagerado a beleza, e cada vez mais exagerado. A preocupação dos adolescentes que convivo em serem magros, quase esqueléticos, é muito grande e os que, por ventura, não se encaixam nesse "padrão" de beleza, ou que simplesmente não se preocupam tanto com ele, não são facilmente compreendidos. Algumas vezes fica difícil distinguir uma adolescente específica em um grupo de adolescentes, pois o tipo de roupa, o tipo de cabelo, os trejeitos são tão parecidos que é quase como se fossem um só. OK, adolescentes estão em fase de transição, auto-afirmação. Mas que desculpa daremos então para os adultos que estão constantemente "desesperados" com a balança. Não é só o peso, é a aparência em geral. Nada contra um pouquinho de vaidade. Se cuidar é muito importante, podendo inclusive refletir o amor e respeito que temos por nós mesmos. Cuidar da saúde, fazer exercícios físicos, sentir-se bonito é vital, mas preocupar-se com a "casca" e esquecer o conteúdo não me parece ser o método mais eficaz para sentir-se bem. Homens e mulheres gostam de estar acompanhados de belas espécimes, não há como negar. Mas manter um relacionamento com uma "bela espécime" com quem não se consegue conversar é um "pouquinho" mais difícil. Relações superficiais tem preocupações superficiais. Ai entra a questão essencial, você sabe que tipo de relação deseja? Se quer uma relação de intimidade. de amor, malhar o dia todo, comer o mínimo possível e ficar horas no salão podem não garantir o sucesso da empreitada. Você quer um companheiro ou companheira perfeito, com gominhos na barriga, ou alguém que te abrace apertado, converse despretensiosamente e te ache "linda" mesmo com a cara amassada de quem acabou de acordar? Não pensem que a beleza não encanta, encanta! Mas não sustenta. Já viram alguem mais bonito do que alguém feliz? A felicidade, se pudesse ser colocada em capsulas, poderia ter como etiqueta algo desse tipo: Indicado para olheiras, insonia e falta de brilho no olhar. Reações adversas: Pode causar atitudes inesperadas em quem não toma o mesmo medicamento. Ser feliz ainda pode ser o melhor remédio. Para isso, gostar de si mesmo, assim, do jeitinho que se é, já pode ser um importantíssimo primeiro passo, não acham?

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Ano cinco

Um amigo meu, numerólogo, me disse que 2012 é o ano cinco. Quando perguntei o que isso queria dizer ele me explicou que, segundo a numerologia, cinco é o número do movimento, dos acontecimentos, ou seja, um ano onde mesmo que se queira ficar paradinho, as coisas surgem. Ainda estamos no início do ano (que começa mesmo depois do Carnaval), mas já pensei várias vezes nessa colocação numérica. Todos sabemos que a estagnação mão é uma coisa boa e que ela anda de mãos dadas, ali, coladinha, com a acomodação. Acomodar-se é congelar idéias, desprezar vontades e arrumar desculpas para não sair do lugar. Por favor, não entendam que com isso estou cultuando a volubilidade desenfreada, ou dizendo que precisamos mudar de emprego, de relacionamento, de país. É possível sim não acomodar-se estando no mesmo emprego, no mesmo relacionamento, na mesma casa. Mude um móvel de lugar, explore uma nova idéia, ou uma antiga, que você nunca deixou emergir. Surpreenda-se . Isso, a você! Muitas vezes pensamos tanto no outro, nos preocupamos tanto em agradar o outro com medo da solidão, que esquecemos de nós. Não sabemos mais do que gostamos, o que queremos. O comodismo muitas vezes nos coloca em uma roda que simplesmente gira, o mesmo despertar, a mesma xícara pro café, o mesmo trajeto. Inove! Acredito que, como eu, você ficará embevecido com a diversidade que nos é oferecida diariamente.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Medo de ser feliz!

Nessas últimas semanas me deparei com várias situações que me fizeram questionar:
Por que algumas pessoas tem tanto medo da felicidade? Mantém por anos situações de desconforto, infelicidade, solidão por puro medo dessa tal felicidade. Medo de amar e pavor, pânico de ser amada.
Muitos podem estar lendo isso e pensando "Essa mulher enlouqueceu. Como assim medo de ser amado?". Entendo que possa parecer incoerente, mas não é. Temos medo de amar e não sermos amados. Se somos amados, continuamos com medo, agora de perder. É mais seguro nem experimentar, quem não experimenta a sensação de ser amado não corre riscos, certo? Por isso a cada dia vemos mais pessoas solitárias. Solitárias, não sozinhas. Pode não parecer, mas são coisas diferentes sim. Nossos momentos sozinhos podem ser momentos deliciosamente gratificantes. Já a solidão vem carregada desse medo.
A solidão mais intensa, surpreendentemente, não é a daquele cara caladão, de poucos amigos. Ela tem aparecido em pessoas com convívio social intenso, com família, casadas, etc. Não é a presença de uma outra pessoa que faz toda a diferença, mas a qualidade dessa relação. Quem nunca viu uma família, um casal, ou até um grupo de amigos sentados em um restaurante, onde nenhum deles parece realmente estar ali.A Análise Transacional exemplifica muito bem esse caso. Baseada nas experiências anteriores e na posição existencial as conclusões tiradas podem levar ao culto da solidão.
- "Se alguém me conhecer mais a fundo não vai me aguentar, não mereço ser amada. Melhor me conformar" - Eu não estou OK, você está OK.
- "Ninguém vai conseguir me amar do jeito que mereço" - Eu estou OK, você não está OK.
- "Desisto. Ninguém valoriza meu amor e não me ama do jeito que sou" - Eu não estou OK, você não está OK.
Nossa única esperança está na busca pela quarta posição existencial (Eu estou OK, você está OK) e arriscar, viver, tentar e principalmente se permitir. Se permitir amar, se permitir ser amada. Não deu? OK, vida que segue. Afinal, adianta chegar no ponto final sem aproveitar a viagem?

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Finitude

Sei que é um pouco atípico, mas não gosto de novelas. Aliás, não gosto nem um pouquinho. Mas as vezes não tem como fugir. Ontem a noite estava eu em um salão de beleza é, é claro, não poderia estar passando outra coisa. E ai de mim se eu pedisse para mudar, né? Seria atacada por várias chapinhas voadoras. E não é que valeu a pena? Por uma única frase... "As palavras nunca e sempre só deveriam ser usadas em contos de fadas. " Essa foi a única frase que ouvi, e foi o suficiente para meus pensamentos rodarem... Quem nunca ouviu juras de amor "Vou te amar para sempre" ou profanou "Nunca mais falo com ele novamente". Mentiras! Puras mentiras. Na hora podem ser as palavras mais verdadeiras, e muitas vezes trazem alento, carinho e segurança. Mas, desculpem por acabar com mais esse romantismo, uma hora elas viram mentira. Vale a pena? Acho que sim. O que essas palavras na verdade me trazem é o conceito de finitude, e como corremos dele. Por que temos tanto medo de vislumbrar o fim das coisas? Não, não sou nem um pouco pessimista. Pelo contrário. Basta falar em fim para pensamentos amargos saltitarem, mas me dêem um exemplo de algo que não acaba. Não seria o fim apenas uma oportunidade para começar novamente?

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Família

Fim de ano, Natal, acabamos entrando em um fluxo de reflexões sem fim. Sou uma otimista nata, mas não acredito muito nas famosas "promessas de ano novo". Podem até serem consideradas válidas, se o novo ano servir como fator motivador. Juntando as promessas de fim de ano com esse momento família, que é o Natal, fiquei pensando em muitas amigas, que se colocam em "idade limite" desesperadas para terem um filho. Ok, sei que talvez eu não entenda esse sentimento porque já tenho a minha filha, e nem consigo imaginar minha vida sem ela, mas vale a pena ter um relacionamento só para ter um filho? Eu conheço algumas nessa situação, como também conheço as que estão a procura de um pai pro seu futuro filho, não um namorado. Já que é essa a situação não seria mais "verdadeiro" procurar um banco de esperma? Fiz essa pergunta algumas vezes, e a resposta foi sempre a mesma: - " Mas uma criança precisa ter um pai presente". Pessoal, ter um pai "conhecido" é  garantia de um pai presente? Utilizando a psicologia como base concordo plenamente que uma criança gerada em um relacionamento com amor, com paixão, tem mais chances de ter uma vida equilibrada e feliz. Mesmo que esse amor e essa paixão acabem depois. No entanto criar um relacionamento ou aceitar manter um relacionamento sem completude para ter um filho me parece uma atitude desesperada, que em algum momento vai acabar "escorrendo" na vida dessa criança. Não me surpreenderia abrir um jornal e me deparar com o seguinte anuncio: Procura-se Pai. Requisitos básicos: Gostar de criança, ser saudável, fértil, ter entre 30 e 40 anos, altura mediana, inteligente (imprescindível). Requisitos desejáveis: Razoavelmente bonito, se possível carinhoso e educado. Alguem se candidata?

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Script

Ao acordar hoje fiquei, como habitualmente, pensando alguns minutos sobre o que teria que fazer ao longo do dia. E nesse momento um novo pensamento invadiu a lista de afazeres... afinal TENHO mesmo que fazer isso tudo, ou escolhi? Não tem ninguém com uma arma na minha cabeça dizendo: "Você tem que ir trabalhar agora!" ou "Você tem que tomar o seu café da manhã". Claro que nossas escolhas normalmente são baseadas em necessidades, vantagens, saúde, mas e as escolhas não conscientes? Na Analise Transacional um dos conceitos que considero incrível é o de Script, ou seja, as escolhas que fazemos, de forma inconsciente, quando ainda somos muito pequenos. Essas escolhas , baseadas em acontecimentos que muitas vezes nem lembramos em um primeiro momento, norteiam nossas vidas, nossas escolhas, por anos e anos. As vezes percebemos isso, mas não nos damos conta... porque sempre caio na mesma armadilha? Por que meus relacionamentos nunca dão certo? etc, etc. Já não bastasse o nosso script, vem ainda o script social. Quem já não passou pela situação de estar namorando a um certo tempo e ouvir a frase " Quando vocês vão casar, hein?" Ok, vocês casam. E ai a cobrança continua.. "E os filhos?" Ok, novamente acata-se e vem o primeiro filho. Pensa que acabou? Não... "Não vão ter outro? Ele precisa de um irmãozinho..." E ai, vai... Se nos afundarmos no Script Social sem entender nosso Script de Vida, corremos o risco de virarmos robots, que obedecem a ordens, internas e externas, sem nem saber o que estamos tirando disso. Sem sinal de rebeldia, está na hora de assumirmos as rédeas da nossa vida, não acham?